PARANÁ: DESIGUALDADE E NÃO INCLUSÃO FEMININA NA POLÍTICA
Para discutir a participação das mulheres paranaenses na política elaborei 15 tabelas comparativas a partir do banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral, tão só com resultados das eleições de 2004 e 2006. A análise foi orientada pelas seguintes preocupações: a) qual a medida em que as mulheres paranaenses se candidatam a cargos eletivos? b) depois, qual a taxa de sucesso eleitoral das que se candidatam? c) em terceiro, e por fim, qual o peso da presença feminina nos respectivos poderes legislativos municipais, estaduais e federais?.
O estudo dos resultados da disputa eleitoral para vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal e governador apontou que os partidos paranaenses lançam, em média comparada, menos candidatas do que os demais estados brasileiros para todos esses cargos. Uma outra característica relevante no Paraná é que, como no resto do mundo, as mulheres deste Estado se candidatam mais ao poder legislativo municipal — média de 21%; os cargos menos disputados pelas paranaenses são de Prefeito (7,54%) e de Deputado Federal (7,03%). Então a taxa de participação das mulheres paranaenses em disputas eleitorais é comparativamente baixa: enquanto a média nacional é de 14,08% a das paranaenses é de 11,16%, para todos os cargos sob análise.
Visto que participam pouco das disputas eleitorais, as mulheres paranaenses ocupam poucos cargos políticos. Na esfera federal isso é bem evidente. Em relação à Câmara de Deputados Federais, o Paraná se encontra num seleto grupo composto por Alagoas, Paraíba, Piauí, Sergipe (nordeste), Distrito Federal e Mato Grosso do Sul (centro-oeste) que não elegeram nenhuma Deputada Federal em 2006. São apenas sete Estados da federação que têm bancadas exclusivamente masculinas, e o Paraná é um deles.
O estudo dos resultados da disputa eleitoral para vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal e governador apontou que os partidos paranaenses lançam, em média comparada, menos candidatas do que os demais estados brasileiros para todos esses cargos. Uma outra característica relevante no Paraná é que, como no resto do mundo, as mulheres deste Estado se candidatam mais ao poder legislativo municipal — média de 21%; os cargos menos disputados pelas paranaenses são de Prefeito (7,54%) e de Deputado Federal (7,03%). Então a taxa de participação das mulheres paranaenses em disputas eleitorais é comparativamente baixa: enquanto a média nacional é de 14,08% a das paranaenses é de 11,16%, para todos os cargos sob análise.
Visto que participam pouco das disputas eleitorais, as mulheres paranaenses ocupam poucos cargos políticos. Na esfera federal isso é bem evidente. Em relação à Câmara de Deputados Federais, o Paraná se encontra num seleto grupo composto por Alagoas, Paraíba, Piauí, Sergipe (nordeste), Distrito Federal e Mato Grosso do Sul (centro-oeste) que não elegeram nenhuma Deputada Federal em 2006. São apenas sete Estados da federação que têm bancadas exclusivamente masculinas, e o Paraná é um deles.
Se confrontamos a quantidade de mulheres candidatas a Deputada Federal no Paraná com o total de candidatos a esse cargo, veremos que , o Paraná é um dos Estados que menos inscrevem mulheres para concorrer a Deputado Federal. Num comparativo nacional o Paraná fica em 23º colocado.
Quanto ao Poder Executivo Estadual, o Paraná nunca teve Governadora eleita, nem candidata em condições de vencer esse tipo de eleição. É um Estado, portanto, sem tradição de mulheres nesse tipo de disputa. Em 2006 o Paraná lançou apenas 1 candidata, isto é, 9.09% do total de candidatos. A candidata obteve 9.993 votos, o que representa 0,184% dos votos válidos. A candidata teve uma boa capilaridade eleitoral, tanto que fez votos em 353 municípios (88,47%) do Estado. No entanto, fez 10 votos ou menos em 259 municípios (64,91%), sendo que fez 1 (um) voto em 65 municípios (16,29%), 2 (dois) votos em 41 municípios (10,27%); 3 (três) votos em 39 municípios (9,77%), 4 (quatro) votos em 28 municípios. Obteve 100 votos, ou mais, apenas em 15 municípios e, destes, a votação mais expressiva — 39% dos votos — concentrou-se em 5 municípios da Região Metropolitana de Curitiba (3.910 votos). A candidata acabou ficando em 7ª. colocada, numa lista de 11 candidatos.
Em relação à Assembléia Legislativa, as mulheres paranaenses ocupam 7,41% das 54 cadeiras. Enquanto que as Sergipanas e as Acreanas, por exemplo, que detém as melhores colocações comparativas, ocupam, respectivamente, 20,83% das cadeiras de seus Estados.
Se novamente fizermos um ranking, o Paraná ficará, de novo em 23º. colocado em presença feminina no Legislativo estadual, abaixo da média nacional, que é de 11,43%.
A análise do perfil das Deputadas Estaduais do Paraná nesta e na última legislatura aponta que há uma convergência de três estilos de ação política feminina.
São mulheres que:
I - forjaram suas carreiras em movimentos sociais organizados, ou;
II - que forjaram suas carreiras na vida pública municipal, ou
III - são ligadas a famílias de homens com carreiras políticas bem definidas.
Vê-se que os padrões já bem conhecidos de carreiras políticas em geral se repetem no caso da mulher do Paraná: a) visibilidade pela liderança de movimentos sociais. b) visibilidade pela atuação política destacada nos municípios; e, c) visibilidade que os círculos familiares de poder propiciam. Parte desse resultado é, então, explicado pela redemocratização do país e a abertura de espaços públicos a lideranças de bases populares. Mas a outra parte ainda se explica pelo fato de algumas mulheres terem percorrido os caminhos tradicionalmente realizados por homens na administração pública municipal ou pelos laços de parentesco que elas mantêm com políticos importantes.
Para vereador os resultados eleitorais são muito semelhantes aos de Deputado Estadual. Só 10,9% da cadeiras de vereadores no Paraná são ocupadas por mulheres. A média nacional é 12,64%.
Para prefeito, de novo, o Paraná fica em posição inferior. Na média nacional, 7,3% dos municípios brasileiros são administrados por mulheres. No Paraná a média é de 5,76%. Nesse quesito o Paraná é o 18º. colocado nacional.
O que se vê, então, é que no Paraná há um baixo número de candidatas e um baixíssimo número de eleitas, o que faz com que o Estado ocupe sempre as últimas posições em presença feminina em cargos políticos da federação.
Há uma informação, no entanto, que merece destaque. Relativamente ao que se denomina por Taxa de Sucesso Eleitoral, poder-se-ia perguntar: ainda que sejam poucas as candidatas paranaenses, é expressivo o número das que se elegem? Nesse quesito as candidatas paranaenses têm seus melhores resultados. No entanto, é um resultado que fica apenas na média nacional.
Só 28% das candidatas paranaenses a prefeito se elegeram. A média nacional é de 27%. Para o cargo de vereadora, 8,49% das candidatas paranaenses se elegeram, e a média nacional é de 8,54%. Para Deputado Estadual, no Paraná, 6,15% das que se candidataram chegaram à Assembléia, número pouco acima da média dos demais estados.
Então, em eleições locais e estaduais, as mulheres paranaenses entram na disputa com boas chances comparativas de se eleger. Mas nos cargos federais elas têm pouco êxito.
Só 28% das candidatas paranaenses a prefeito se elegeram. A média nacional é de 27%. Para o cargo de vereadora, 8,49% das candidatas paranaenses se elegeram, e a média nacional é de 8,54%. Para Deputado Estadual, no Paraná, 6,15% das que se candidataram chegaram à Assembléia, número pouco acima da média dos demais estados.
Então, em eleições locais e estaduais, as mulheres paranaenses entram na disputa com boas chances comparativas de se eleger. Mas nos cargos federais elas têm pouco êxito.
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