OMICRON


IMPERIAL COLLEGE, 16.12.2022
(Trad. CL Strapazzon, 20.12.2021)

As vacinas têm desempenhado um papel central na mitigação de doenças graves e de mortes provocadas pela COVID-19 nos últimos 12 meses. Entretanto, a eficácia das vacinas diminui com o tempo e essa perda de eficácia será agravada com a variante Omicron.

Ao adequar um modelo imunológico aos dados de eficácia das vacinas - e em escala populacional - estimamos que os anticorpos neutralizantes para Omicron serão reduzidos em 4,5 vezes (95% CrI 3,1-7,1) em comparação com a variante Delta.

Prevemos, a partir disso, uma queda na eficácia da vacina contra adoecimento grave (hospitalização).

A eficácia da vacinação cairia dos atuais 96,5% contra a Delta (95% CrI 96,1%-96,8%) para 80,1% contra a Omicron (95% CrI 76,3%-83.2%), levando em consideração já a vacina de reforço da Pfizer-BioNTech depois de 60 dias e se o NAT cair no mesmo ritmo após o reforço e após o curso primário,

Além disso, a eficácia cairia de 97,6% (95% CrI 97,4%-97,9%) contra Delta para 85,9% (95% CrI 83,1%-88,3%) contra a Omicron se o NAT cair à metade do ritmo observado após o curso primário.

Integrando este modelo imunológico a um modelo de transmissão SARS-CoV-2, vemos que as doses de reforço serão decisivas para mitigar o impacto de futuras ondas da Omicron em países com altos níveis de circulação do vírus.

Essas doses de reforço também serão necessárias em países com "zero COVID", mas que apresentem pouca imunização prévia induzida por infecções. A abertura com segurança dependerá disso.

Ainda, onde o fornecimento de doses é limitado, será preciso direcionar os reforços para os grupos de maior risco, a fim de garantir a mais alta proteção diante do cenário de imunidade em declínio. Essa medida seria mais benéfica do que distribuir doses limitadas na forma de vacinação primária a grupos etários mais jovens.

Em todos os cenários, é provável que os sistemas de saúde serão estressados. Pode ser necessário, portanto, manter e/ou reintroduzir as NPIs (medidas interventivas não farmacológicas) para mitigar os piores impactos da variante Omicron, à medida em que ela substituir a variante Delta.

Em última análise, provavelmente teremos necessidade de vacinas específicas para a variante Omicron.

https://www.imperial.ac.uk/mrc-global-infectious-disease-analysis/covid-19/report-48-global-omicron/
16 December 2021

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