ELEIÇÕES E PROPINAS NO PARANÁ: A COMPRA DE VOTOS EM 2006


Segundo o Relatório de pesquisa feita pelo IBOPE para a ONG Transparência Brasil e para a União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle em fevereiro 2007, as ofertas de compra de votos por todo o país atingiram níveis alarmantes nas eleições de 2006.

Mais de 8,3 milhões de eleitores foram instados a vender seu voto. A maioria dos eleitores avalia bem os antigos governadores e tem boas expectativas quanto aos novos. Mas um quarto dos eleitores acredita que os antigos se aproveitaram do cargo para roubar, e um quinto que os novos titulares farão o mesmo.

O “rouba, mas faz” é aceito apenas por uma pequena parcela do eleitorado. O brasileiro valoriza amplamente a honestidade associada à qualidade administrativa.

Cerca de 4% dos pesquisados afirmam que tiveram de pagar alguma propina para agentes estaduais durante o último mandato.

Desde as eleições de 2000 a ONG Transparência Brasil, dirigida por Cláudio Weber Abramo, realiza levantamentos sobre a compra de votos no país.

O último estudo constata que, em vez de melhorar, o problema está se agravando. No pleito de 2006, nada menos de 8% dos eleitores pesquisados relataram ter sido alvo de ofertas de compra de seu voto por parte de candidatos e cabos eleitorais. O número é quase o triplo dos 3% que se verificaram em 2002.

Projetando-se o porcentual para o total de eleitores brasileiros que votaram para governador, isso corresponde a cerca de 8,3 milhões. Esse contingente de eleitores é maior do que a soma de todos os votos depositados nos estados de Roraima, Amapá, Acre, Tocantins, Rondônia, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Amazonas.


Só em três estados (RJ, MG e SP) o número de votantes foi maior do que isso.

Em nenhum lugar, no entanto, as ofertas de compra de votos por dinheiro, alimentos, vestuário, material de construção etc. foram tão freqüentes quanto no Paraná – espantosos 22% das pessoas pesquisadas relataram ter recebido convites para vender seu voto, o equivalente a 1,313 milhão de eleitores, o que, praticamente sozinho, elevou a média da região Sul a 12%.

As ofertas de dinheiro vivo corresponderam nacionalmente a 4%. A região mais afetada foi a Sul, com 8% (quase todos no Paraná – o porcentual calculado no estado foi de 18%).

O estudo aponta, ainda, que no Paraná, estado campeão de oferta de compra de votos, a cobertura do tema foi baixa (cinco matérias no total), o que é reflexo da ineficiência das autoridades em coibir a prática: Jornal Matérias locais: O Estado do Paraná 3 matérias; Gazeta do Povo 2 matérias.

Se você tem interesse no estudo completo, solicite-o para o e-mail: carlosdir@uol.com.br

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