Biografia - Luis Inácio Lula da Silva - aos 60 anos (II)

A CRISE DO “MENSALÃO” PASSO-A-PASSO (cont.):
Do momento em que o ex-tesoureiro do PT assume o “caixa 2”, em 20 de julho, ao envio de 13 pedidos de cassação, em 11 de outubro.

20 de julho - Delúbio assume caixa 2 e tenta isentar dirigentes. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares confirmou, em depoimento à CPI dos Correios, a utilização de caixa dois em campanhas eleitorais do PT, mas isentou a Executiva Nacional do partido e o governo de seus atos. Ele negou ter qualquer envolvimento com o suposto pagamento de mesada a parlamentares da base aliada em troca de apoio político, o "mensalão".
02 de agosto - Jefferson faz denúncia contra Lula. Durante o depoimento do ex-ministro e deputado federal José Dirceu (PT-SP) ao Conselho de Ética da Câmara, Roberto Jefferson afirmou que Dirceu autorizou representantes do PT e do PTB a negociarem recursos com a presidência da Portugal Telecom para acertar dívidas dos dois partidos. O petebista envolveu Lula pela primeira vez em suas denúncias, declarando que ele "avalizou" a reunião.
03 de agosto - Valério é recebido em Lisboa como assessor de Lula. O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza se apresentou ao governo português como consultor do presidente Lula, segundo declaração do ex-ministro de Obras Públicas, Transportes e Comunicações António Mexia, publicada no mês passado pelo semanário Expresso, de Lisboa. Mexia disse que recebeu Valério "na qualidade de consultor do presidente do Brasil e a pedido de Miguel Horta e Costa, presidente da PT (Portugal Telecom)".
06 de agosto - PT decide por suspensão de Delúbio Soares. O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou a suspensão da filiação partidária do ex-tesoureiro Delúbio Soares por tempo indeterminado. Delúbio permanecerá afastado pelo menos até que a comissão de ética do partido conclua as investigações sobre o suposto envolvimento do ex-dirigente no escândalo do "mensalão".
11 de agosto - Duda: campanha de Lula foi paga com caixa 2. O publicitário Duda Mendonça disse, em depoimento à CPI dos Correios, que os pagamentos feitos pelo PT - por meio do empresário Marcos Valério em 2003 - tinham sido feitos com dinheiro de caixa 2. Ele afirmou que, além dos pagamentos feitos em paraíso fiscal, recebeu em 2003, "por fora" e em dinheiro, R$ 11,4 milhões de Valério e R$ 3,6 milhões de Delúbio.
12 de agosto - Lula diz que se sentiu traído e pediu desculpas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em pronunciamento à nação, que se sente traído e indignado com a atual situação vivida pelo País. "Quero dizer com toda franqueza que me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado com as revelações que aparecem a cada dia e que chocam o País", afirmou. Esta foi a primeira vez que o presidente falou à nação sobre a crise.
17 de agosto - Executiva Nacional do PT pediu desculpas à nação. "O partido faz o seu primeiro pedido de desculpas à nação, pois os atos que nos comprometem moral e politicamente, perante os brasileiros, foram cometidos por dirigentes do PT, sem o conhecimento de suas instâncias", diz o comunicado divulgado pelo PT.
28 de agosto - Auditoria aponta 525 irregularidades nos Correios. Um relatório oficial com resultados de auditorias em 40 departamentos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de 2003 e 2004 revela um quadro "muito pior" que o já identificado pela CPI dos Correios.
1º de setembro - Aprovado relatório que pede cassação de 18 deputados. As CPIs dos Correios e do Mensalão aprovaram, por unanimidade, o relatório que sugere a cassação de 18 deputados federais e um ex-deputado por quebra de decoro parlamentar devido ao envolvimento com o esquema de corrupção, o "mensalão".
2 de setembro - Vice-presidente da república deixa o PL. José Alencar confirmou ao deixar o Palácio do Planalto que a principal razão de seu desligamento é a atual crise política. Ele acrescentou que ainda não se filiou a nenhum partido.
08 de setembro - Buani confirma propina a Severino. O empresário Sebastião Augusto Buani confirmou em entrevista coletiva em Brasília que pagou propina ao presidente da Câmara dos Deputados para garantir a renovação do contrato do restaurante, que fica no 10º andar da Câmara.
12 de setembro - Bispo Rodrigues entrega carta de renúncia. O deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) formalizou, na véspera da abertura de processo de cassação, a sua renúncia ao mandato. Ao renunciar, o parlamentar poderá disputar as eleições de 2006. Rodrigues é apontado como um dos parlamentares envolvidos no suposto "mensalão".
13 de setembro - Mesa da Câmara aprova relatório que pede cassações. A Mesa Diretora da Câmara aprovou por unanimidade o parecer do corregedor geral, o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que propõe a abertura de processo de cassação de 17 deputados pelo Conselho de Ética. Os deputados citados são: José Janene (PR), João Paulo Cunha (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), Paulo Rocha (PT-PA), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Sandro Mabel (PL-GO), João Magno (PT-MG), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Pedro Correia (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Romeu Queiroz (PTB-MG), Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP). O ex-deputado Valdemar Costa Neto também está na lista, mas renunciou o mandato, por isso o processo foi arquivado.
14 de setembro - Deputados aprovam cassação de Jefferson. O Plenário da Câmara dos deputados aprovou por 313 a 156 a cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Ao atingir 257 votos favoráveis, a cassação já havia sido considerada aprovada. Com a cassação, o deputado fica sem os direitos políticos por oito anos e só poderá se eleger em 2015. Os advogados de Jefferson recorrem da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF).
21 de setembro - Aos gritos de "mensalinho", Severino renuncia. O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) renunciou ao mandato em discurso no plenário da Câmara após denúncia de recebimento de propina envolvendo restaurante da Casa.
11 de outubro - Câmara aprova envio de 13 pedidos de cassação. A Mesa Diretora da Câmara aprovou hoje, sem modificações, o parecer da Corregedoria que pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra 13 deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. Os 13 deputados cujas representações serão encaminhadas ao Conselho são: João Magno (PT-MG); João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara; José Borba (PR), ex-líder do PMDB; José Janene (PR), líder do PP; José Mentor (PT-SP); Josias Gomes (PT-BA); Paulo Rocha (PA), ex-líder do PT; Pedro Corrêa (PE), presidente do PP; Pedro Henry (MT), ex-líder do PP; Professor Luizinho (PT-SP), ex-líder do governo; Roberto Brant (PFL-MG); Vadão Gomes (PP-SP); e Wanderval Santos (PL-SP). Também citados no parecer da Corregedoria, os deputados José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil, Romeu Queiroz (PTB-MG) e Sandro Mabel (GO), líder do PL, já respondem a processos no Conselho também por acusações sobre o mensalão. A corregedoria avaliou que reenviar o pedido de suas cassações atrasaria o processo.

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