Biografia - Luis Inácio Lula da Silva - dos 44 aos 53 anos


DA PRIMEIRA À TERCEIRA CANDIDATURA A PRESIDENTE DA REPÚBLICA

1989 - tenta pela primeira vez, eleger-se Presidente do Brasil, após 29 anos sem eleição direta para o cargo. Lula chega ao segundo turno e conquista 31 milhões de votos. Perde, no segundo turno (42,75% a 37,86%), a eleição para Fernando Collor de Mello, candidato do PRN. A Coligação Partidária chamava-se “Frente Brasil Popular”. (PT-PSB-PC do B). O senador José Paulo Bisol (fundador do PSDB; em 1989 migrou para o PSB) foi convidado para ser o candidato à Vice-Presidência. Alguns fatos marcantes destas eleições: a criação do slogan “Lula-lá”; a entrevista da ex-namorada Mirian Cordeiro acusando Lula de incentivar o aborto da filha Lurian; a polêmica edição do último debate presidencial transmitido pelo Jornal Nacional; as insinuações de que os seqüestradores do empresário Abílio Diniz tinham ligação com o PT --- tinha 44 anos.
1990 – A partir deste ano passou, com o PT, a fundador e presidente do “Foro de São Paulo”, que coordena as organizações de esquerda da América Latina. Em junho foi reeleito presidente do PT para o período 1990 a 1993. Passou a coordenar o “Governo Paralelo”, que objetivava elaborar projetos setoriais e fazer acompanhamento sistemático da política governamental para ser o contraponto ao governo Collor. Foi o representante do PT, em viagem à Cuba. --- tinha 45 anos.
Segue a avaliação de Lula sobre o PT naquele momento, retirada de uma entrevista concedida por ele à revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo: “Como você vê a situação atual do PT? Para um partido com dez anos de existência, o PT está até maduro demais. No entanto, temos ainda uma espécie de cultura antialianças, antiacordos políticos, que não consegue diferenciar determinados níveis de discussão. Na política de alianças, por exemplo, o PT precisa estar sempre aberto e encará-la como uma questão tática que você adota de acordo com a conjuntura, sem precisar abrir mão dos princípios do partido e do objetivo de ganhar o poder. Embora a gente tenha um discurso basista, é preciso aprimorar a participação da base, seja nos núcleos, seja nos movimentos sociais - muita gente utiliza o discurso basista apenas para dar sustentação ao seu próprio discurso. A base tem participado pouco das nossas decisões porque os núcleos não funcionam corretamente e muitos setores organizados da sociedade têm uma dinâmica que não permite a participação mais efetiva na vida partidária. Nós ainda não conseguimos, como já disse, criar os Conselhos Populares, embora estejamos governando há dois anos cidades muito importantes. Fizemos uma campanha falando no poder popular, na participação popular, e até agora muito pouco foi feito neste sentido. Como a massa pode participar? Justamente através desses conselhos e da colaboração do movimento sindical com as instâncias do partido. Precisamos superar essas distorções e dificuldades, pois a grandeza do PT não pode ser medida apenas pelo seu desempenho eleitoral, mas pela sua inserção no movimento social, pela sua capacidade de organização e formação política”. (MACHADO, João; VANNUCHI, Paulo. Entrevista: Lula: mãos à obra. Revista Teoria e Debate, São Paulo, n. 13, p.nd-nd, 1991. Bimestral. Disponível em: . Acesso em: 01 jan. 2007)
1991 – Realização do I Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores. Neste ano o PT retoma a discussão sobre o socialismo face à nova situação internacional aberta pelo fim da URSS, reafirma sua posição socialista, aprofunda a discussão sobre a disputa de hegemonia na estratégia do PT e situa o lugar das eleições de 1994 na intervenção do Partido. Procura também sistematizar as discussões sobre construção partidária, aprova uma nova política de organização que inclui 30% de participação de mulheres em todas as instâncias de direção (cotas) e destina 10% do orçamento partidário para a formação política, também em todas as instâncias. Neste ano Lula foi um dos líderes da mobilização nacional contra a corrupção que acabou no "impeachment" do presidente Fernando Collor de Mello --- tinha 46 anos.
1992 – Passa a atuar como conselheiro do Instituto Cidadania, organização não-governamental criada após a experiência do Governo Paralelo, voltado para estudos, pesquisas, debates, publicações e principalmente formulação de propostas de políticas públicas nacionais, bem como de campanhas de mobilização da sociedade civil rumo à conquista dos direitos de cidadania para todo o povo brasileiro --- tinha 47 anos.
1993 - Lula foi reeleito presidente do PT para o período 1993 – 1994 --- tinha 48 anos.
1994 - tenta de novo a presidência, sem sucesso, desta vez para o sociólogo, ex-Senador e fundador do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. A Coligação Partidária que apóia Lula mantém o mesmo nome de 1989 “Frente Brasil Popular” pela Cidadania (PT - PSB - PCdoB - PPS - PSTU - PV). O vice foi Aloizio Mercadante (PT-SP). Fatos marcantes dessas eleições: de janeiro a março, Lula liderava as pesquisas. Em julho, logo que foi lançado o Real, FHC, lançado candidato pelo presidente Itamar Franco, passou à frente, disparou e ganhou no primeiro turno. Nas "Caravanas da Cidadania", Lula viajou por todos os Estados brasileiros apresentando políticas específicas para cada região. A idéia era usar imagens no programa eleitoral, mas logo veio a proibição do uso de tomadas externas --- tinha 49 anos.
1995 – Lula reassumiu a presidência do PT para o ano de 1995 --- tinha 50 anos.
1998 – Perde, novamente, as eleições presidenciais para Fernando Henrique Cardoso, no primeiro turno da eleição. A Coligação Partidária chamava-se: União do Povo Muda Brasil (PT - PDT - PSB - PC do B - PCB). O vice era Leonel Brizola (PDT-RS) --- tinha 53 anos.

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